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segunda-feira, 18 de maio de 2009

"Mulher bonita é invisível."

Esta é, entre todas, a frase mais forte do filme que acabei de assistir.
O filme fala sobre beleza, sobre envelhecer, sobre compromisso, sobre olhar para o outro além de si mesmo.
Um professor auto centrado, na casa dos 60, que se considera mulherengo e sedutor, e acha que o casamento é uma prisão, se apaixona por uma linda e jovem estudante sem conseguir abrir mão de suas crenças e valores anteriores. Além da sensualidade explícita e, garanto, bonita, o filme é uma bela reflexão sobre manter a cabeça jovem num corpo velho e o que isso significa exatamente.
É baseado no livro "O animal agonizante", de Philip Roth. Autor de quem só li uma obra: Homem Comum. Ao que parece, Roth retrata sempre, e com muita perspicácia, o universo masculino e suas dificuldades em crescer e perceber que a vida é muito mais abrangente do que o pequeno mundo que cerca seu próprio umbigo.
Quanto à frase que coloquei para abrir o post, ela realmente faz pensar sobre a beleza e o quanto, para os outros, ela é suficiente. Porque será sempre tão surpreendente que uma mulher bonita seja inteligente e sensível? Porque será que não se permite a uma mulher bonita ter desejos? Será que a beleza é suficiente para se ser feliz? Mas, do ponto de vista masculino apresentado no filme, a fala é a seguinte:
"Mulher bonita é invisível. Ficamos tão obcecados pelo exterior que nunca chegamos no interior."
Portanto, talvez não seja exatamente uma crença de que beleza é tudo, mas simplesmente a beleza servindo como escudo à possibilidade de ali atrás haver alguém interessante.
No filme, a mulher bonita se torna uma mortal e, aí sim, o professor consegue reconhecer o amor que sente por ela.
Fica a sugestão.

Título: Fatal
Título original: Elegy
Elenco: Penelope Cruz, Ben Kingsley, Patricia Clarkson, Peter Sarsgaard, Dennis Hopper
Direção: Isabel Coixet
Gênero: Drama
Duração: 113 min.